“Eu os vi entrando na igreja num domingo, todos os cinco, os meninos em suas calças e camisas e as meninas, em seus vestidos, os rostos cabisbaixos. Eles haviam acabado de perder sua mãe por causa de um aneurisma cerebral e eu prometi a mim mesma nunca mais reclamar de outra fralda suja.
E daí no dia seguinte meu filho mais velho deixou o penico cair no chão, o penico estava cheio, e os meninos que cuido estavam brigando e meu filho mais novo tinha caído da escada e estava com o olho roxo.
Eu o peguei no colo e corri para o escritório, me sentei no chão e chorei, balançando meu bebê para frente e para trás imaginando porque Deus havia me pedido para ser mãe, essa menina da qual haviam dito que não poderia ter filhos, essa menina que jamais queria ter filhos – queria apenas ser famosa. Ser conhecida, por causa de alguns buracos profundos em seu coração.
As vezes eu escapo para o fundo de casa e escuto o silêncio, para a maneira que a neve cai – macia, inibida – sentindo o cheiro da roupa lavada e desejando ter a mesma significância que sentia quando era solteira. Ou mesmo como recém-casada. A habilidade – e o tempo – de fazer algo profundo por não ter quatro meninos pequenos no meu colo.
E então eu me viro e vejo seus rostos pequenos, esfregando na porta de vidro do fundo de casa, as testas enrugadas e os lábios do meu bebê começando a tremer e Eu sei que, sem dúvida, sou famosa. Sem contar a baba na minha blusa, eu sou muito importante. Esses cuidados maternais são importantes.
E não só isso, mas ser mãe é revolucionário. Muda o mundo.
Nós vivemos em uma cultura que insiste que mães merecem dias em spas e cafezinhos quentinhos e tempo para lembrar que são mulheres – e de certa forma, eu concordo. Eu cresci como uma filha de pastor cuja mãe nunca teve tempo para si mesma, que sempre estava servindo, e estava cansada e triste. Eu prometi que nunca seria mãe porque isso acaba com você, te afunda – e de várias maneiras, realmente é assim.
Mas da mesma forma que Jesus diz que uma semente não pode produzir fruto a menos que caia no solo e morra, nós, como mães não podemos produzir frutos em nossos filhos (ou no mundo) a menos que nós também morramos para nós mesmas.
Eu estou lendo um livro radical que se chama “Loving the Little Years: Motherhood in the Trenches” por Rachel Jankovic. Lá diz:
“Você não deve gastar seu tempo tentando preservar seu corpo em sua forma dos dezoito anos. Deixe-o ser usado. Cicatrizes, estrias e gordurinhas são todos parte do trabalho do seu reino. Um dos maiores testemunhos que mulheres cristãs podem ter em nosso mundo hoje em dia é o testemunho de dar o corpo para outro.”
Talvez nós não tiramos os pijamas até as três da tarde, e alguns dias o almoço é algo semicongelado. Talvez roupas o suficiente para encher nove máquinas de lavar estão nos esperando, o chão está perpetuamente grudento e algo marrom está grudado no fundo da geladeira.
Tudo bem.
Porque ser uma dona de casa perfeita não é o mesmo que ser uma mãe revolucionária. Ser uma mãe revolucionária significa tomar tempo todos os dias para carinhos com seus filhos. Ler a mesma história várias vezes, ajoelhar-se e olhá-los nos olhos e dizer que eles significam muito pra você. Orar com eles e levar flores e refeições para os que são sós e ensiná-los a soltar pipa.
Existirão dias ruins. Nós somos humanos e mesmo naqueles dias ruins, segure a mão do seu filho e diga, “Me desculpe, a mamãe errou. Você me perdoa?” E isso também muda o mundo, porque os seus filhos aprendem a pedir perdão. Como pedir perdão. E como perdoar.
O sacrifício de uma mãe é a recompensa de seu filho. Eles não vão lembrar quão limpo o chão estava. Eles irão lembrar como você tomou tempo para falar bem devagar as palavras do livro do Ursinho Pooh, ou como você abriu os seus braços e disse: “Eu te amo.””
Texto traduzido do site: http://www.thebettermom.com/2014/02/19/stay-home-mom-change-world/